Todo mundo sabe que materiais perfurocortantes devem ser descartados separadamente dos demais resíduos. Mas, o que talvez, poucos saibam é que os coletores que são utilizados para o descarte nem sempre garantem a segurança para quem manuseia esse tipo de resíduo. Para se ter uma ideia, mais de 50% dos acidentes de trabalho – registrados em clínicas e hospitais – estão relacionados aos perfurocortantes. Mas, o problema não está no manuseio das seringas, lâminas e agulhas, mas, sim, na hora de descartá-las e transportá-las.
“Pelo fato das caixas coletoras serem de papelão e precisarem ser montadas nos próprios hospitais, há um risco de desmonte e vazamentos, pela falta de rigidez e integridade do material. Além disso, muitas vezes, quando em contato com líquidos, elas acabam se desmanchando. Em ambos os casos, há um grande risco de punctura com os perfurocortantes na hora de descartar essas caixas”, afirmou Christian Medeiros, gerente da Stericycle.
“Um outro problema é que, muitas vezes, como não se consegue ver o interior da caixa, ela acaba ficando muito cheia, acima do limite de capacidade, aumentando o risco de acidentes na hora do fechamento e do transporte. Além disso, pelo fato de não possuírem sistema de segurança, qualquer pessoa pode colocar a mão dentro delas e se acidentar; há registros de casos assim”, garantiu ele.
Diante desse quadro, a Stericycle vem propondo uma mudança no cenário: um sistema que substitui as tão conhecidas caixas de papelão descartáveis por coletores de plástico reutilizáveis. À primeira vista, a troca pode não parecer tão significativa, porém os novos coletores trazem itens de segurança importantes. Eles ficam dentro de gabinetes trancados à chave; possuem tampas com travas especiais que só podem ser abertas com equipamento específico; e são transparentes, ou seja, é possível ver quando a capacidade do recipiente está chegando no limite máximo. Assim, é possível garantir mais segurança para pacientes, profissionais de saúde e funcionários que realizam a coleta. “Temos reduzido para zero o número de acidentes relacionados ao descarte de perfurocortantes”, explicou Medeiros.
A novidade faz parte de um programa chamado Safecycle, um sistema inovador de gerenciamento de perfurocortantes que altera todo o processo de descarte, coleta e transporte desse tipo de material. Segundo Christian Medeiros, a coleta passa a ser realizada dentro da área do hospital por funcionários treinados da Stericycle – atualmente, na maioria dos hospitais, a retirada das caixas de papelão e o transporte até os setores de armazenamento temporário e de expurgo são realizados pelos próprios servidores do hospital, como enfermeiros, técnicos de enfermagem, equipes de higienização e limpeza, etc.
Além de maior segurança, o coletor reutilizável também traz vantagens para os hospitais, clínicas e laboratórios, que não precisam mais investir na compra e reposição de caixas descartáveis, nem se preocupar com estoque e montagem das mesmas. É, também, um custo a menos com o tratamento do resíduo e um menor impacto para o meio ambiente, já que os coletores de papelão também acabam virando lixo.
Como são reutilizáveis, os recipientes plásticos passam por processos de limpeza e desinfecção devidamente controlados. Eles passam ainda por análises para verificar e comparar a carga microbiana antes e depois do processo de desinfecção, seguindo rígidos padrões internos baseados em normas americanas para equipamentos de saúde. Além do Brasil, o Safecycle também vem sendo utilizado em outros países, como Estados Unidos e Chile.